O governo da Província de Mendoza lançou o Concurso Nacional de Anteprojetos Prédio Federal Mendoza, em um terreno que pertence ao Parque Metropolitano do departamento de Maipú. Com o atual desenvolvimento e crescimento industrial e tecnológico, nacional e internacional, surge a necessidade de um espaço com equipamentos e infraestrutura para realizar convenções, exposições e intercâmbio de tecnologia, localizado em um ponto estratégico com boa acessibilidade a partir de todos os pontos da província.
A localização do terreno destinado ao Prédio Federal possui acessibilidade, clima ameno, vistas panorâmicas para a paisagem natural e um grande potencial para atender as necessidades de crescimento atuais que a província necessita para um desenvolvimento crescente e sustentável. Motiva este concurso o constante crescimento da indústria, principalmente de vinhos e oliveiras, e com sua implementação busca-se gerar um espaço que inclua o assentamento e desenvolvimento de outras importantes indústrias, principalmente da Província de Mendoza.
Atualmente o projeto se encontra na fase de Projeto Executivo. A seguir apresentamos o projeto vencedor, liderado pelo arquiteto Mario Cores.
Descrição dos vencedores. A construção de um edifício das dimensões do Recinto Mendoza significa sempre um feito singular dentro o tecido urbano. Nas palavras de Aldo Rossi, se as residências são o tecido, estes edifícios significam os monumentos. Ao abordarmos o projeto do Recinto, dentro da área denominada Parque Metropolitano e o futuro Teatro, pensamos que o projeto deveria construir a cidade e não ser um objeto singular em meio a uma área verde. Esta construção de cidade foi abordada através de um projeto modular repetitivo, como quarteirões dispostos ao longo de uma rua pública de pedestres de direção leste-oeste. Estes módulos são compostos por um recinto coberto e uma área aberta. Os espaços cobertos são principalmente os salões de expositivos fechados, e os espaços abertos são os locais de exposição ao ar livre.
Sobre esta rua para pedestres localizamos os restaurantes, banheiros públicos e as entradas principais de cada espaço de exposições, aberto ou fechado. Como articulação entre o setor residencial localizado sobre a rua e o Recinto mantivemos o parque linear que propõem as babes, mas formando parte de um parque maior que abraça todo o edifício. Este parque atua como fole entre as habitações do bairro Cóndor e Andes e o Recinto, tornando a transição urbana entre eles mais amigável.
Ao mesmo tempo mantivemos o setor das oliveiras como parte da sequência de parques. Sobre a rua Los Artesanos, localizamos uma sequência que se inicia com a grande praça de entrada, que contém a torre que atua como monte do recinto. Segue um setor muito arborizado, equipado com bancos, áreas de jogos para crianças e espelhos d'água, que desemboca no setor das oliveiras, onde se prevê colocar a área de estacionamento. Estes estacionamentos, arborizados, são servidos pela nova rua proposta pelas bases que irá unir a rua Los Artesanos à rua paralela a Arenales. Sobre esta nova rua, que se abre e que separa o setor das Oliveiras do próprio recinto, localizamos a área de carga e descarga, de fácil acesso.
SISTEMAS DE CIRCULAÇÃO. Na ideia de construir cidade prevemos duas situações básicas:
OS DIAS DE FEIRA:
O recinto se fecha criando um grande espaço expositivo fechado e ao ar livre nas superfícies que constituem as bases articuladas pela rua de pedestres (eixo leste-oeste).
OS DIAS SEM FEIRA:
O único que se mantem fechado são as naves (salões expositivos), deixando todos os outros espaços abertos de circulação livre para os cidadãos. A rua de pedestres irá manter os restaurantes e banheiros públicos abertos. Os espaços expositivos ao ar livre se convertem em praças de usos múltiplos, esportivos, estar, etc. Também poderá habilitar-se o palácio de congressos, ativo durante todo o ano, bem como a administração e direção da Feira que poderá também funcionar durante todo o ano. Este uso duplo do recinto faz com que quando não há feiras continue sendo um espaço ativo da cidade, principalmente a rua de pedestres com os restaurantes e o palácio de congressos que garantem este uso contínuo e sua integração à vida da cidade.
Dentro desta nave aparecem os espaços fechados, o salão expositivo de 5000 m² (100 x 50), um restaurante e os banheiros públicos de 459 m² (15 x 30 m). Estes módulos se sucedem seguindo uma alternância para configurar as praças de exposição ao ar livre. Ao fazê-lo, vão criando a rua de pedestres com uma largura de 15 m, que entre o salão e o restaurante chegam a 30 m. As fachadas longitudinais tem um envidraçamento contínuo até os 3 m de altura e a seguir são de cristal U-glass com câmara, o que ao mesmo tempo garante o isolamento térmico e produz grande luminosidade interna. Por ser um cristal Opal, não há necessidade de manutenção ou limpeza. Outra vantagem do U-glass é sua resistência ao impacto e que em caso de ruptura, só é substituída uma peça de 26 cm de largura.
O jogo de alternâncias que fizemos, além de criar as praças expositivas, cria um conjunto formalmente muito dinâmico ao mesmo tempo em que reduz a escala do edifício de acordo com o entorno. O edifício é visto como um conjunto de cinco edifícios que se alternam com os espaços abertos.
ETAPAS
Este sistema projetual tipológico permite estabelecer um desenvolvimento do conjunto por etapas. A construção em etapas possui a vantagem que em qualquer uma das quatro etapas propostas, o edifício terá uma imagem acabada, sem provocar a visão de "estado em construção".
1º FASE: O projeto se iniciará com a construção dos módulos básicos. O módulo do Palácio de Congressos, os acessos, a administração e um módulo de salão expositivo fechado e ao ar livre. Entretanto, esta primeira etapa poderia ser dividida em duas fases, iniciando somente o Palácio de Congressos e a administração.
2º FASE E 3º FASE: Um módulo básico seria agregado ao conjunto, ou seja, um salão expositivo coberto, um espaço expositivo ao ar livre, um restaurante e um núcleo de banheiros.
4º FASE: Seria concluída a totalidade de superfície exigida nas bases do concurso, construindo o último módulo expositivo, deixando aberta a possibilidade de uma 5º FASE DE CRESCIMENTO, que não existe nas bases, mas que com o sistema tipológico proposto poderia ser executada, proporcionando mais um módulo ao complexo.
A modulação permite saber o orçamento de cada etapa, e poder prever o valor de cada fase. Os estacionamentos também poderiam se adequar a este processo de construção por etapas, executando-se de forma diferente as diversas áreas previstas no projeto.
A área do terreno inicialmente não utilizada poderá ser considerada como área verde e/ou área expositiva ao ar livre. O parque linear, a atuação das áreas verdes da entrada, junto à praça de acesso, poderiam ser incluídas na primeira etapa.
primer lugar
Competição:Concurso Nacional de Anteproyectos Predio Ferial Mendoza
Premio:Primer Lugar
Projeto:
Autores:Mario Corea Aiello, Eugenio Tioni, Marcelo Ranzini, GEA Ingenieros Pedro A. Gea, PGI Grup Ingenieros de Instalaciones y Asesoría en Sustentabilidad, Arq. Alba Casanovas, Arq. Jaime Fernández, David Pérez Martí